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tigrinho jogar Opinião - André Jobim Martins: Guerreiro Ramos olhou para questões filosóficas universais para analisar o Brasil
data de lançamento:2025-01-18 14:49 tempo visitado:63
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[RESUMO] Em "A Redução Sociológica", publicado em 1958 e reeditado neste anotigrinho jogar, Guerreiro Ramos busca produzir ferramentas intelectuais para compreender a realidade brasileira e antecipa posições do pensamento decolonial hoje em voga, esforço filiado à defesa que encampou da necessidade de a sociologia se adaptar ao contexto nacional em vez de reproduzir padrões científicos estrangeiros.
Demorou, mas parece que Alberto Guerreiro Ramos (1915-1982) finalmente voltou à ordem do dia. Proponente de ideias que parecem antecipar posições do pensamento decolonial hoje em voga, a obra do sociólogo baiano, que também se propôs pensar a questão racial a partir de sua experiência de homem negro, tem sido reconhecida pela sua pertinência para o debate público brasileiro contemporâneo.
Ainda que não se possa dizer que Guerreiro Ramos tenha sido esquecido em algum momento, é sensível uma nova intensidade com que seu pensamento vem sendo resgatado.
O sociólogo Alberto Guerreiro Ramos - Acervo pessoal jogo do trigeNo ano passado, a Zahar lançou "Negro Sou", coletânea organizada por Muryatan Barbosa, resenhada nesta Folha por Mário Medeiros. Neste ano, saiu a nova edição de "A Redução Sociológica" (Ubu), tratado teórico de grande alcance que apareceu pela primeira vez em 1958, com posfácio de Barbosa e prefácio de Frederico Lustosa da Costa. A edição conta ainda com prefácio do próprio Ramos à segunda edição e diversos apêndices.
Parte da dificuldade, mas também da vantagem de ler Guerreiro Ramos é ter que se adaptar ao idioleto guerreiriano, à sua maneira muito particular de usar as palavras. Além de certo sabor antiquado do português escrito nos anos 1950, chama atenção como Guerreiro Ramos se apossa das palavras como elas lhe convêm, pouco se preocupando com expectativas dos leitores.
É o que o leva a, meio quixotescamente, se insurgir contra o uso da palavra sociologia para descrever a atividade dos departamentos universitários que têm esse nome ou a chamar sua proposta teórica mais arrojada de pensamento redutor.
Bônus de R$5 no Aviatorfortune tigerSe, por um lado, isso solicita um esforço redobrado de atenção na leitura, por outro lado, é especialmente estimulante observar a construção dos raciocínios no seu estilo idiossincrático, que retira da linguagem a transparência ilusória que teria em um texto mais convencional e realça o pensamento em ação ou, para usar uma expressão cara ao autor, o pensamento "em mangas de camisa".
A principal meta de "A Redução Sociológica" é produzir ferramentas intelectuais para compreender a realidade brasileira, problema que obriga Guerreiro Ramos a se aventurar em problemas de alcance filosófico universal. O desembaraço com que o autor joga esse jogo é uma das razões da sua atualidade e do seu charme, se assim se pode dizer.
Antes de Guerreiro Ramostigrinho jogar, pensadores como Silvio Romero e Alberto Torres já haviam percebido como a atividade intelectual no Brasil era seriamente prejudicada pela ausência de uma tradição que tivesse desenvolvido um pensamento crítico que fosse além de tentativas de aplicar artificiosamente ideias estrangeiras à realidade brasileira. "A Redução Sociológica" procura produzir uma teoria que dê conta da confrontação sistemática desse problema, que, para o autor, não resulta de falhas individuais dos intelectuais brasileiros, mas da situação histórica colonial.